Hospital Beneficente Unimar compõe movimento a favor do SUS

30 de junho de 2015

A APM (Associação Paulista de Medicina) regional de Marília recebeu na última segunda-feira (29/07), o Dia D da Saúde. O evento foi organizado pela parceria do Hospital Beneficente Unimar com outras três instituições filantrópicas de saúde da cidade. O objetivo do evento foi reunir pessoas que estivessem dispostas a discutir a situação do SUS (Sistema Único de Saúde) dentro desses hospitais e esclarecer à população as limitações enfrentadas.

A reunião foi fruto da adesão à campanha nacional promovida pela CMB – Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, que tem o mesmo objetivo. Estiveram presentes, além das diretorias e colaboradores dos hospitais que encabeçaram o movimento, importantes figuras políticas da cidade, como o prefeito Vinícius Camarinha, o secretário municipal de Saúde, Luiz Takano, e os vereadores Luiz Eduardo Nardi (PR), José Expedito Capacete (PDT) e Marcos Rezende (PSD).

Além do prefeito, do secretário municipal de Saúde e do vereador Luiz Eduardo Nardi, a mesa contou também com a presença do diretor administrativo do HBU, Rodrigo Paiola; o diretor do Hospital Espírita de Marília, Vicente Armentano; Helena Peres, integrante da diretoria da Maternidade Gota de Leite e Milton Tédde, provedor da Santa Casa de Misericórdia de Marília e também representante da Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo).

O debate girou em torno das diferenças gritantes entre o custo dos serviços prestados ao SUS pelos hospitais filantrópicos e o financiamento prestado pelo governo. Segundo dados colhidos pela CMB, em 2014 as instituições de saúde beneficentes de todo o país gastaram cerca de R$ 24,7 bilhões em atendimentos feitos através do SUS. Em contrapartida, a receita revertida a esses hospitais pelo governo foi de R$ 14,9 bilhões, deixando um déficit de R$ 9,8 bi.

Rodrigo Paiola ressaltou a importância de se esclarecer esse problema a população. “É comum que se especule sobre como é feita a gestão dentro desses hospitais, mas a verdade é que a parte da gestão é muito bem feita, nós temos um setor administrativo muito bem capacitado. O problema é que os recursos que chegam até nós não acompanham os gastos que nós temos com os atendimentos SUS”, disse Paiola.

O secretário Luiz Takano aproveitou para ressaltar a importância dos hospitais beneficentes: “a saúde pública faz tudo aquilo que está dentro da nossa capacidade de operação, mas quando a gente precisa dos hospitais públicos e eles estão no seu limite, são as instituições filantrópicas que acabam fazendo esse trabalho”. O prefeito Vinícius Camarinha destacou que a prefeitura de Marília procura dar total apoio à esses hospitais, mas a limitação de recursos financeiros é uma realidade em todo o país. Segundo Camarinha, é preciso que o governo federal assuma uma parte maior do financiamento do SUS, ajudando os municípios. “A cada R$ 100 que o contribuinte paga, R$ 60 fica com a União, R$ 25 fica com os estados e R$ 15 fica com o municípios. Em contrapartida, é o município que tem que se esforçar para cumprir as despesas da saúde. Desde 2013, a União contribui com apenas 24,6% das despesas do SUS, enquanto o estado deve cobrir 29% desses custos e sobra 46,4% das despesas para os municípios”, explicou o prefeito.

Após as exposições dos integrantes da mesa, a plenária foi aberta aos presentes, que demonstraram apoio aos hospitais filantrópicos da cidade e reforçaram a importância de pedir à população que se movimente em prol da causa. A campanha da CMD continua na edição estadual do Dia D da Saúde, que será realizado em São Paulo no dia 13 de julho. Já o ato nacional, em Brasília, será no dia 04 de agosto.