Hospital ABHU promove o primeira doação do ano

13 de novembro de 2013

A Associação Beneficência do Hospital Universitário (ABHU) de Marília promoveu nos últimos dias uma operação rara para o dia a dia do hospital mariliense: transporte de órgãos doados por doador recém falecido. “Foi uma operação complexa, de muitos cuidados, mas no final conseguimos cinco órgãos que ajudarão pessoas necessitadas”, festejou a superintendente Márcia Mesquita Serva Reis, ao parabenizar todas as equipes médicas e de enfermeiros envolvidos nos procedimentos para o transporte dos órgãos doados. “Graças a agilidade, iniciativa e infraestrutura do nosso hospital, conseguimos sucesso, a partir do momento que a família autorizou a doação”, comentou a dirigente mariliense ao observar um fígado, dois rins e duas córneas que foram doados para pessoas compatíveis na fila de espera do Ministério da Saúde.

Uma mulher de apenas 48 anos de idade chegou a óbito na quinta-feira, dia 31 de outubro, depois de serem realizados exames clínicos, tomográficos e “dopler de carótida”, quando se constatou não haver circulação encefálica. Uma equipe multidisciplinar da ABHU, formada por médicos, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais, abordou os familiares sobre a possibilidade da doação. “A família era bem esclarecida e consciente, o que facilitou muito a agilidade do processo para o transporte necessário”, lembrou o enfermeiro Douglas Moraci Dário, que está no hospital há 10 anos. “É a primeira vez este ano que conseguimos esta proeza”, disse satisfeito ao comentar as inúmeras tentativas que a equipe faz em casos semelhantes, mas os familiares recusam a doação. “Existem questões religiosos e culturais, mas o fato é que as famílias conversam pouco sobre o tema, que deveria ser mais debatido entre os familiares”, opinou o enfermeiro da ABHU.

Com acompanhamento do médico do hospital mariliense, André dos Santos Moro, uma equipe do Hospital das Clínicas de Marília, cadastrada no Ministério da Saúde, captou os órgãos compatíveis em menos de 24 horas, favorecendo receptores compatíveis na lista de espera nacional. “O último caso realizado neste sentido na ABHU foi em 2011”, recordou o médico que também defende uma ampliação do debate sobre o assunto entre os familiares. “Depois que a pessoa veio a óbito é a família quem decide”, explicou. “Se ela não se decidir rápido, pouco pode ser feito”, frisou ao elogiar a performance desta última família que colaborou bastante para que necessitados recebessem o fígado, os rins e as córneas do ente falecido. “São no máximo cinco pessoas que serão beneficiadas”, disse o médico.